(você encontra este mito na revista O CUIDADOR 7)
montanha que se avoluma
a minha revelia
meu fardo
carrego sementes
sem plantá-las
carrego música
mas todos estão surdos
carrego cores
e não há papel
carrego crias
que não vivem sem mel
sem um conto de reis
sem contos
e um monte de papéis
sou rastros de longa estrada
de gastos coturnos
e permanentes pesadelos noturnos
é cobra e borboleta
é corte e costura
é fogo e terra
outro Everest me chama!
quando serás colina?
carrego pedra e húmus
um mágico torto
o sacro perdido
e noites em claro
de perpétuo labor
entre detritos
o sino não toca
os galos não cantam
e a luz vomita
meu codinome
é retransformado mito
no dia-a-dia
corroídas entranhas
e olhos arregalados
Sísifo nunca dorme
e gasta sapatos
como eu
Nenhum comentário:
Postar um comentário