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24 de abr. de 2010

DAS (in)SANAS VOZES

Todas as mulheres são lindas, disse um sedutor, especialmente as quais me apaixonei. Serão sempre lindas...
Também afirmou que palavras eram meras palavras, iam e vinham e eu não tinha que dar tanto valor. O esbravejar, o expulsar, o  desvalorizar. Iguais ao construir, ao desejar, ao compartilhar, ao dar/ter prazer?
Palavras? respondi, há que ter cuidado com elas, porque contêm também nitroglicerina.
E foi assim que aquele amor terminou: o amor de atilho, o gatilho na voz.
Se meu interior sabia... por que não me contou?

Em tempos de internet, tão simples dizer maravilhas, tão simples deletar afetos, tão simples envolver e abandonar... As distâncias, as conexões instáveis, os cabos de aço que são fios dentais. O esforço em experimentos sem considerações finais. O aberto, o volátil, a fumaça. O medo na incerteza do amar.
Palavras? meu interior, meu ar, meu trabalho, minha sobrevivência, meu alimento. O respeito à construção nos outros e em mim.

Não tenho tempo de vida para guerras.

As verdades, as profundidades. O afeto? O real. O corpo e a alma.
Explosões? só se forem de amor.

Marilice Costi
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