negar que a dor
é a raiz da história
da consciência
e da descoberta do mundo
jogar-se contra si
furacão e ave de rapina
erguer o sabre
e perder-se no mundo
quatro paredes mal-dormidas
noites como égua em cio
um vão - fantasmas de concreto
ave morta na gaiola
menina morta
granada rompida mulher
toque de recolher
silêncio
aceitar a dor
romper em vida
perpetuar a terra.
in MULHER PONTO INICIAL. Porto Alegre: Movimento, 1985. Coleção Poesiasul vol 53, p.23.
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