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21 de out. de 2016

Livro: GATILHO NAS PALAVRAS - Marilice Costi - 2012

 


Paroles, palabras, palavras... 
Gatilhos nas palavras... atilhos no afeto. Palavras ao vento, no coração, letras que se conectam ou desconectam à distância, vivas ou mortas?
O tempo, o real, o imaginário. O lugar. Vida e morte. Morte e vida! O amor.



Opinião de Leitores:


Querida Marilice
Ao ler teu livro "Gatilho nas palavras", minha atenção foi imediatamente catapultada para dentro de um jaquard de tricô em cores fortes como vinho tinto, o verde das folhas escuras, terra, céu e água.
A leitura me consumiu em quatro horas de encantamento penetrando na coragem espantosa de uma escritora que parece fazer strip-tease emocional com o ritmo e a densidade de uma dançarina do ventre.
Invejável o teu talento para despir o ser humano e mostrar como é possível se desapegar graciosamente das malas e das marcas que um relacionamento sempre deixa.

Adorei as comparações, as metáforas, a descrição nua e crua de sentimentos de tantas mulheres.


Fiquei comovida com a empatia que o teu texto me proporcionou.
Amei!




Patrícia Torres, RP
Porto Alegre/RS 

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Marilice,
Tive que escrever pra ti assim que li as dez primeiras páginas do teu livro Gatilho nas Palavras. Está ótimo! Ao nível das poesias do Ressurgimento.
Nossa! Eu sabia que já eras escritora, mas cresceste muito. Parabéns!
Deves concorrer a todos os prêmios possíveis!

Terezinha Becker,
psicóloga e ceramista

Porto Alegre/RS

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 Querida!
Recebi os 5 volumes  do "Gatilho nas palavras" que encomendei.
Vou dar alguns presentes e fazer propaganda.
Li teu livro e reli alguns capítulos. Achei poesia pura e fiquei emocionada.
Eu estou gostando muito.
Desejo que vendas muito.
Felicitações!

Neusa Jung Fer
reira,
pedagoga aposentada
Passo Fundo/RS

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(G)atilho nas palavras
No livro (G)atilho nas palavras, de Marilice Costi, o personagem masculino usa Darwin para justificar sua galinhagem: homens têm grande quantidade de esperma para espalhar seu sêmen e povoar o mundo, mulheres possuem poucos óvulos e vida sexual curta. Esse tipo de homem esquece que Darwin também concluiu que as espécies evoluem, modificando seu comportamento para se ajustarem às novas condições ambientais, ou sócio-ambientais, no caso humano. Ele parou no tempo. O mundo já está super-povoado. As mulheres estão independentes, praticam sexo por puro prazer, a procriação passou a ser ato de vontade. Além de contarem com reposição hormonal e anticoncepcional, atualmente nem precisam da presença do macho para engravidar, embora dependam de seu sub-produto. Por seu lado, a personagem feminina, recém-separada de um marido fraco, apesar de empresária e financeiramente bem posicionada, está carente e fixada em formar um novo par. Focalizado nos processos de comunicação entre as partes, o livro retrata o momento de pessoas de meia-idade perdidas entre duas gerações, mantendo algumas atitudes conservadoras enquanto transitam na modernidade, desorientadas por duas revoluções ocorridas no século passado, o feminismo e a informática. Estes movimentos resultaram decisivos para os relacionamentos interpessoais, pois influíram nas instituições, no trabalho, na cultura e na política, bagunçando os valores e os papéis tradicionais, o que transparece no enredo da novela. Vivemos uma época de transformações rápidas, onde, usando a metáfora da autora, o atilho estica para depois se soltar num gatilho, e, segundo Darwin, só os que se adequarem, os mais fortes, sobreviverão.

R.Novaes-Bueno, jornalista
Porto Alegre/RS, 17.01.12

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Recebi teu livro. Li. Reli boa parte, já fiz um comentário no Facebook e publiquei uma foto da capa este fim de semana. 
O livro está muito bom! Aliás, já te disse, sem babação, que a maneira tua de escrever é algo único. Maravilhoso. O livro é diferente. Impossível largar depois que se começa.
Acho que ainda teremos muito boas notícias desse romance.
Tive um ataque de rir quando você descreve e faz considerações a respeito da cerveja  devassa. Ninguém faria uma análise mais verdadeira.
Curti muito e ainda estou curtindo.
Um grande abraço e parabéns mais uma vez.

Dilamar Santos, artista plástico
Florianópolis/SC
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Trecho do livro. Deguste!

A mesa de jantar está uma confusão organizada. A latinha vazia de tônica diet, a capa do disco, a lapiseira, a caneta, o óculos , os papéis para o dia seguinte, a xícara com restos de café, o molde para desenhos geométricos, o relógio de pulso virado para baixo e mais papéis, muitos papéis, entre eles, a folha de jornal com dicas de cursos e um livro do Vygotsky, para onde Lea se direciona ultimamente.
Os sons a abraçam e ela não se sente mais tão só. Qual a diferença agora? O gaveteiro e o guarda-roupa esvaziados? O retorno à vida. Volta a escutar o som do ventilador quando os acordes cessam e a agulha passa a ir e voltar no mesmo sulco. O defeito. Assim como funcionam as coisas velhas. Lea vai até o tocadisco e move o braço da agulha para o descanso. Alguns insetos batem-se nas paredes seduzidos pela luz da lâmpada dicroica que projeta desenhos no teto como um caleidoscópio. Abelhas? Uma sinapse num tempo que passou. Uma abelha. A abelha. Aquela abelha rainha... rsrsrs, expressou no rosto o que escrevia na internet. Rafael! Era como ele se chamava. Onde andaria aquele gringo dos pampas? Quanto tempo! A tira do Quino é um xerox amarelado. Ali, o cartunista mostra o trabalho incessante daqueles insetos... estaria em algum lugar. Trabalham para nosostros. As abelhas... De graça. Lea acha graça. São boas as recordações daquele rapaz que a fizera rir tanto! Não as de chorar quando se retirou de sua vida. Águas passadas. Outro clichê. No ônibus de volta ao Rio Grande do Sul, ela se esvaiu por oito horas. Rafael estaria vivo? Casado? Vá, Lea! Força! – lembra Milton Nascimento em Maria, Maria. Teste sentimentos. Há quanto tempo só!
Desiste do velho amor e vai ao novo, recomeça, enfrenta a incerteza comum aos separados.
E sai de dentro dela: Outro? Ouve a própria voz ressoar entre os poucos móveis da sala. A palavra cúmplice porque verdadeira perpetua-se na sala fazendo companhia ao buquê com um olhar vesgo para Lea. O som daquela palavra a esmo ficou por ali junto dessas flores a exalarem cheiro de velório. A metáfora! Onde Lea mergulhou para poder compreender o motivo de não ter tido flores no tempo de antes. O tempo de Jonas.
Lea a ter que exorcizar. Precisa compreender aquele amor nas palavras. Nos fios, nos atilhos, nos atalhos, a ter que compreender o gatilho. Então muitas linhas a se desenovelarem e a bus- carem direção passaram a compor letras emendadas, as pal
avras passaram a encontrar leito nas alvas folhas de papel que, uma a uma, foram sendo empilhadas ao lado do vaso de cristal, onde as flores, ainda embrulhadas em celofane, tinham sido acolhidas.

(...) 
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