MARILICE COSTI*
Qual a metáfora adequada para
definir lugar? Edward Hall[1]
definiu na segunda metade no séc. passado, que os territórios poderiam ser
íntimos, pessoais, sociais, públicos estabelecendo distâncias para os
classificar. John Law afirma que “agentes, textos, dispositivos, arquiteturas
são todos gerados nas redes do
social, são partes delas, e são essenciais a elas.”[2].
Não é mais nas distâncias que nos
reconhecemos espacialmente. Quais distâncias agora a medir? A velocidade nas comunicações - que a informática e
os objetos possibilitam hoje descaracterizaram territórios? Mudou o lugar, a
noção de posse, o território que passa a ser virtual, um texto no ar, um
e-mail, uma página na Internet?
São as comunicações e as redes se formando, possibilitando que
se possa chegar em muitos lugares ao mesmo tempo, dentro e fora do território
do outro, agora um equipamento, um objeto a conter informações multiplicadoras
a cada minuto. São redes humanas, espaciais, virtuais, físicas, químicas a
possibilitar o movimento. Através de e-mails, de webcams rompemos a distância entre
o coletivo e o privado? Ou através da Internet nos tornamos mais coletivos e
estabelecemos redes, ampliamos passagens e reduzimos caminhos? Que topografia é
esta virtual que chega sem pedir licença nem bater na porta, que envolve a vida
de forma solitária e ao mesmo tempo é companhia, que amplia o valor da escrita
e da imagem?
*Arteterapeuta Especialista e oficineira, Arquiteta e Urbanista, Mestre em Arquitetura, escritora, CEO de CUIDAQUI.com - 2017 - Startup Jovem de IMPACTO SOCIAL SEBRAE/RS.
[1] HALL, Edward. A dimensão oculta. Rio: Francisco
Alves, 1977.
[2] Notas sobre a teoria do
ator-rede: ordenamento, estratégia, e heterogeneidade. Disponível em < http://www.necso.ufrj.br/Trads/Notas%20sobre%20a%20teoria%20Ator-Rede.htm
> Consulta em 26mar2008.