texto abaixo do cabeçalho


27 de jan. de 2018

A Fábula do Cuidador - Edelvais e o professor de voo




Abaixo, você tem um capítulo do livro da imagem. 
Boa Leitura!




Edelvais estava ansiosa. Caminhos novos. Pensou no Tratado Interplanetário dos Cuidados de flor. No direito a carinhos.

A fala do Príncipe permanecia em sua memória:
– Você é uma sonhadora. Ora, tirar raízes e querer voar? Comigo não! Sou quem faz acontecer, não viu meus feitos de norte a sul? Você, com suas estrelas furadinhas, não sabe do inútil? Você rouba meu tempo de fazer castelos. Ah, se as chamas dos flamejantes lambrequins apontando para o céu e impedindo lágrimas fossem reais! Aquele olhar molhado que você viu certo dia de partir era mea culpa por ter a alma misturada em perfumes de flor. Alergias! E depois, o que faria eu com você pela Via Láctea? Não posso cumprir desígnios que não são meus com um tipo de flor cujo aroma me dá náuseas!

A flor buscava a afinidade perdida, a ternura que só existe quando há compaixão. Ele dera boa noite e saíra batendo lata. Com pernas feitas para subir rochedos, fortes para colher edelvais, tinha-as machucadas por causa da armadura. Mas centrado em desejos de enricar, não sentia aquela dor. Sem mais delongas, o Príncipe desapareceu no buraco negro.

Talvez fosse importante aquilo. Distâncias de coração. Tinham compartilhado memórias antigas e assustaram-se com tanto interior comum. Daí que era melhor mesmo ter aquela lataria protetora de flores.

Onde encontrar a luz para ajudá-lo a romper engates de armadura? Ele desejaria se livrar daquela carga errante? O Óbvio fazia falta, o ser de cura sutil. As ervas medicinais!

O tom de voz raivoso e em espumante tempo, aquela flor carregou ainda depois da partida dele. O coração parecia estilhaçados cristais, mas ela conteve o choro. Não podia perder a água necessária para seguir caminhos.
O que tinham em comum? Ele era de abandonar, tinha lhe avisado. Ela acreditava no amor e continuava no ato de cuidar-se. Desistiria? Utopias de viver. Sem elas, não sabia viver. Era de voos. Mas queria colo.

Príncipes doentes de amor não seriam todos naquela galáxia. Desconcertada, ela desejou a redoma. Mas não tinha mais raízes para voltar.

Fernão a esperava no penhasco próximo da porta principal do Reino das Metáforas. Ao vê-lo, a edelvais sentiu a corola como um bambolê em movimento e flutuou no ar. Subiu meio metro. Lembrou-se dos lambrequins e ... leia mais no livro impresso. Solicite aqui.  


*
Você leu um trecho do livro A fábula do Cuidador, publicado em  2016, SANA ARTE.

Solicite pelo nosso contato ou pelo site das publicações no Sana Arte.
www.sanaarte.com.br/publicacoes



Nenhum comentário: